Moderador: Ricardo Alexandre
Convidados: Ana Gomes, Dima Mohammed
Acesso livre.
O sociólogo norueguês, e principal fundador da disciplina de Estudos sobre Paz e Conflitos, Johan Galtung, afirma que a paz deve ser construída após a eliminação dos problemas causados pela violência estrutural, pelo que se deve procurar a paz positiva, e não uma paz negativa. Mas na Europa e no mundo de hoje esta linha parece relegada para nota de rodapé, perante o encantamento pelos homens fortes. A Europa veste assim um traje, que de tão ultraje, jamais pensaríamos poder estar a vestir novamente. O fascismo, o racismo, o ódio ao que é de fora, o antisemitismo e a islamofobia de mãos dadas, o retrocesso nas conquistas feministas e LGBTQIA+, o idadismo.
Como se combate e inverte a vertiginosa descida às trevas? No Fórum do Real de um festival que se propõe, pela provocação de um título, A Europa não existe, eu estive lá, apostar na diversidade, convocamos diferentes experiências, percursos e saberes para sorver cinema enquanto consciência ética e política, seguindo a linha de Galtung e construindo paz onde a guerra foi semeada, desenhando utopias para uma Europa que se reinvente e revigore a partir das diferenças e da sua multiculturalidade.
Evento realizado em português.
RICARDO ALEXANDRE
Ricardo Alexandre é editor internacional da TSF, onde foi director-adjunto (2018 - 2023). Comenta política internacional e apresenta atualmente programas dedicados às questões internacionais. Apresentou o programa ‘Conselho de Guerra’. É comentador de política internacional da SIC. Trabalhou na RTP/RDP durante 25 anos. Foi Editor, Chefe de Redacção e Director Adjunto de Informação. Fez reportagem de guerra e cobriu eleições em vários países. É Doutorado em Ciência Política pelo ISCTE. É investigador integrado do IPRI da Universidade Nova de Lisboa e investigador colaborador do Observare da UAL e do CEI - ISCTE. É professor no Mestrado em Jornalismo na FCSH. Representa o Sindicato dos Jornalistas no Conselho de Administração do CENJOR. É autor de vários livros de reportagem e de uma biografia (João Aguardela). Membro da EditoRed, associação de editores da UE.
ANA GOMES
Licenciou-se pela Faculdade de Direito de Lisboa (U.Clássica). Entrou no quadro diplomático do MNE em 1980. Serviu na Presidência da República com o Presidente António Ramalho Eanes, nas Missões Permanentes de Portugal junto das Nações Unidas em Genebra e em Nova Iorque e nas embaixadas em Tóquio e Londres. Chefiou a Secção de Interesses de Portugal na Embaixada da Holanda em Jacarta, acompanhando o processo de independência de Timor Leste. Foi embaixadora de Portugal em Jacarta. É militante do Partido Socialista desde 2002. Em 2003 integrou a direção do PS com o Secretário Geral Eduardo Ferro Rodrigues, ficando responsável pelas relações internacionais. Foi eleita e cumpriu três mandatos como Membro do Parlamento Europeu. Serviu na Comissão de Relações Externas, na Comissão de Desenvolvimento, na Comissão de Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos, na SubComissão de Direitos Humanos e na SubComissão de Segurança e Defesa. Foi membro das Delegações para as Relações com os EUA, para as Relações com o Iraque e da União para o Mediterrâneo. Foi membro de várias Comissões Especiais de inquérito e chefiou diversas missões de Observação Eleitoral da EU/PE. Foi candidata à Presidência da República Portuguesa nas eleições de 24.1.2021. Presidiu à Mesa AG - Transparência e Integridade. Mantém um programa de comentário político semanal na SIC Notícias.
DIMA MOHAMMED
Dima Mohammed é uma académica e ativista luso-palestiniana. É Investigadora Principal de Filosofia e professora de Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade NOVA de Lisboa. O seu trabalho académico desenvolve-se na área da argumentação, na intersecção entre Filosofia, Linguagem e Política. Além da universidade, Dima é membro ativo de vários colectivos e iniciativas culturais, incluindo o Frames of Palestine e o Comité Palestina, bem como membro fundador da PUSP, uma plataforma de colectivos da sociedade civil portuguesa, construída para promover a solidariedade com a Palestina.