Foram dez dias de cinema. Dez dias de festas, concertos, sessões, debates e encontros que juntaram mais de 6000 espectadores e provaram que é possível fazer um novo festival de cinema no Porto. Um festival de cinema de projeção internacional que celebre o melhor do cinema contemporâneo e que não esqueça as manifestações populares da sétima arte. Decorreu de 4 a 13 de dezembro, em três locais: o Pequeno e o Grande Auditório do Rivoli, Teatro Municipal; o Cinema e Bar Passos Manuel; e os Maus Hábitos – Espaço de Intervenção Cultural.
A melhor prova do sucesso desta primeira edição está explícita nos números deste Festival. Segundo as contas finais da organização, as cerca de setenta sessões de cinema, debates e festas tiveram 6300 espectadores, o que perfaz perto de 100 espectadores em média por sessão. E várias das nossas sessões tiveram salas esgotadas. O momento mais importante da semana foi, sem dúvida, a homenagem a Manoel de Oliveira no seu 106º aniversário. Nesse dia 11 de dezembro, o Grande Auditório do Rivoli esgotou para cantar os parabéns ao decano do nosso cinema, assim como visionar o seu primeiro e o seu mais recente filme (“Douro, Faina Fluvial” e “O Velho do Restelo”, respetivamente). Foi também uma espécie de regresso em grande do Rivoli à vida cultural da cidade e ponto de encontro de muitos amigos.
Para além do momento Oliveira, o Grande Auditório registou outras duas enchentes na Sessão de Abertura e na Sessão de Entrega dos Prémios, em que o Festival esteve acompanhado da Câmara Municipal do Porto e do Instituto do Cinema e Audiovisual, assim como de vários parceiros privados.
A afirmação do Porto/Post/Doc passou também pelos convidados que estiveram no Porto. Foram perto de 250 convidados internacionais, entre os quais mais de 20 realizadores com filmes nas diferentes secções do Festival. A imprensa acreditada – nacional e internacional – contou também com perto de 60 membros, incluindo os principais órgãos de comunicação portugueses. Como culminar da boa relação que o Festival manteve e das suas salas cheias, a programação foi também muito elogiada por vários programadores estrageiros, alguns dos quais foram membros do júri oficial. Os representantes dos importantes festivais FID Marseille, CPH:DOX e Locarno fizeram vários elogios públicos ao Porto/Post/Doc.
O palmarés do Festival demonstrou também a qualidade da Competição, ao premiar três filmes no Grande Prémio Atelier de Créateurs, by Associação Des Savoir-Faire, no valor de 3000 euros (para além do prémio principal, foram atribuídas duas menções honrosas). “Letters to Max”, de Eric Baudelaire, foi o grande vencedor, acompanhado por duas menções honrosas: “Storm Children – Book One”, do filipino e multipremiado Lav Diaz e “João Bénard da Costa – Outros Amarão as Coisas que eu Amei”, do português Manuel Mozos. Na categoria de cineasta emergente – o Prémio Biberstein Gusmão (atribuído a um cineasta com menos de 35 anos; Residência Artística no Moinho da Fonte Santa), foi premiada Nicole Vögele, por “Nebel”, e foi dada uma menção honrosa a Ziad Homsi e Mohammad Ali Atassi, por “Our Terrible Country”.
Jornal do Porto/Post/Doc (programação dia-a-dia)
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