Brotam. Nos terrenos baldios contra o martelar dos prédios sempre em construção, entre muros de granito, cimento e chapa com ferrugem, musgo e gatos; na encosta entre o comboio e o rio, junto ao trânsito na VCI, frente ao metro, brotam hortas. Nesta cidade, a coreografia de gestos milenares do cultivo da terra repete-se dia após dia, sem falta. Semeiam, cavam, colhem, regam, comem, falam, descansam, voltam no dia a seguir e recomeçam os discretos gestos de resistência.