Approaching James Benning
Quando James Benning começou a fazer filmes, afirmou sentir-se "como um artesão". De facto, a princípio ele não tinha qualquer formação técnica. Tinha, isso sim, dois diplomas em Matemática, algo que os críticos mencionam quando pretendem destacar o rigor de filmes como Ten Skies e One Way Boogie Woogie. O realizado adora rodagens fortemente marcadas regras - mas não como um fim em si mesmo. A precisão formal do seu cinema nunca foi formalista, é antes uma forma de aguçar o olhar e encontrar liberdade nas restrições. Ao longo de cinquenta anos, o artista filmou crónicas da hegemonia e contra-hegemonia americanas, produzindo uma história não convencional da colonização, da violência racial, do uso das terras e do sentimento de despertença.
Erika Balsom
Professora de estudos fílmicos no King’s College, em Londres, é autora de quatro livros, sendo o mais recente, Ten Skies, integralmente dedicado ao filme homónimo de James Benning. Os seus artigos científicos foram publicados em revistas como
Screen, Cinema Journal e Grey Room. É também crítica, escrevendo regularmente para a Artforum, 4Columns e CinemaScope.